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Associação entre invasão vascular linfática na densidade vascular linfática e mortalidade em pacientes com câncer de mama: estudo transversal |
DOCUMENTO: SAR-2023-007-TG-v01 |
**De:** Felipe Figueiredo **Para:** Teresa Gutman |
2023-02-06 |
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Sumário |
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Associação entre invasão vascular linfática na densidade vascular linfática e mortalidade em pacientes com câncer de mama: estudo transversal
Histórico do documento
Versão | Alterações |
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01 | Versão inicial |
- Avaliar a associação entre a invasão vascular linfática e a densidade vascular linfática peritumoral e intratumoral, mensuradas pelo marcador D2-40;
- Avaliar a associação entre a invasão vascular linfática e a mortalidade;
- Avaliar a associação entre a invasão vascular linfática e indicadores de patológico;
- Avaliar a associação entre a invasão vascular linfática e o número de linfonodos acometidos;
- Avaliar a associação entre a invasão vascular linfática e o tamanho do tumor.
Os procedimentos de limpeza de dados, desenho do estudo e métodos de análise usados neste relatório estão descritos no documento anexo SAP-2023-007-TG-v01.
Esta análise foi realizada utilizando-se o software R
versão 4.2.1.
No total foram incluídos 100 participantes na análise, dos quais 56 (56%) compunham o grupo com IVL (Tabela 1). A média (DP) de DVL IT observada na amostra de estudo foi 1.66 (0.94) enquanto a DVL PT foi 9.46 (2.74).
O estadiamento pT com maior prevalência na amostra foi 43 (43%), o estadiamento pM foi 29 (29%) e a maior parte da amostra não experimentou ocorrência de metástase à distância (pN = 78 (78%)).
Table: Tabela 1 Características dos participantes incluídos no estudo.
Características | N = 100 |
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IVL, n (%) | 56 (56%) |
Óbito, n (%) | 67 (67%) |
DVL (IT), Média (Desvio Padrão) | 1.66 (0.94) |
DVL (PT), Média (Desvio Padrão) | 9.46 (2.74) |
Grau, n (%) | |
0 | 3 (3.0%) |
1 | 13 (13%) |
2 | 55 (55%) |
3 | 29 (29%) |
CM=4, n (%) | |
1 | 35 (35%) |
2 | 48 (48%) |
3 | 6 (6.0%) |
4 | 11 (11%) |
pT, n (%) | |
T0 | 3 (3.0%) |
T1 | 14 (14%) |
T2 | 43 (43%) |
T3 | 12 (12%) |
T4 | 28 (28%) |
pN, n (%) | |
N0 | 28 (28%) |
N1 | 22 (22%) |
N2 | 21 (21%) |
N3 | 29 (29%) |
pM, n (%) | |
M0 | 78 (78%) |
M1 | 22 (22%) |
Tamanho do tumor (mm), Média (Desvio Padrão) | 43 (26) |
Número de linfonodos, Média (Desvio Padrão) | 6 (8) |
KI67, Média (Desvio Padrão) | 19 (20) |
Na figura 1 vê-se as distribuições dos indicadores categóricos, em ambos os grupos de participantes. A mortalidade (obito), pM e CM=4 apresentam distribuições semelhantes em ambos os grupos. O grau 0 do tumor não foi observado no grupo livre de IVL, assim como o estadiamento pT=T0. Apenas 1 (1.8%) participante tinha estadiamento pN=N0 no grupo com IVL.
![**Figura 1** Distribuição de ocorrência de cada CM=4, grau do tumor, mortalidade (óbito), e indicadores de estadiamento (pM, pN e pT).](/philsf-biostat/SAR-2023-007-TG/raw/main/figures/cat.png)
**Figura 1** Distribuição de ocorrência de cada CM=4, grau do tumor, mortalidade (óbito), e indicadores de estadiamento (pM, pN e pT).
A figura 2 mostra as densidades das distribuições das variáveis contínuas em cada grupo. Ambas DVL exibem acumulações de frequências em tendências centrais semelhantes entre os grupos, assim como o KI-67. Apesar da localização da tendência central ser semelhante entre os grupos, tanto a DVL IT como o KI67 parecem ter uma distribuição bimodal no grupo livre de IVL. O tamanho do tumor (TU) parece ter sua tendência central em localizações semelhantes em ambos os grupos, mas o grupo IVL positivo parece ter uma distribuição bimodal mais bem definida que o grupo livre de IVL. O número de linfonodos acometidos no grupo livre de IVL parece ter uma acumulação substantialmebte maior em números baixos, enquanto o grupo IVL positivo possui uma amplitude maior em sua distribuição.
Diferenças nestas distribuições serão testadas na próxima seção. Todas as distribuições apresentam uma assimetria com cauda longa à direita, o que justifica a escolha do teste não paramétrico nos testes de significância.
A DVL IT parece ser maior no grupo IVL quando comparada ao grupo livre de IVL (p=0.009), mas notou-se uma maior variabilidade observada na distribuição deste grupo (Tabela 2). Ambos os grupos parecem ter ocorrências semelhantes tanto na DVL PT quanto na mortalidade.
Table: Tabela 2 Comparação entre os indicadores entre os grupos livre de IVL e IVL positivo.
Características | Total, N = 100 | 0, N = 44 | 1, N = 56 | Valor p |
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Óbito, n (%) | 67 (67%) | 26 (59%) | 41 (73%) | 0.198 |
DVL (IT), Média (Desvio Padrão) | 1.66 (0.94) | 1.37 (0.64) | 1.89 (1.07) | 0.009 |
DVL (PT), Média (Desvio Padrão) | 9.46 (2.74) | 9.23 (2.65) | 9.65 (2.82) | 0.554 |
Grau, n (%) | 0.039 | |||
0 | 3 (3.0%) | 3 (6.8%) | 0 (0%) | |
1 | 13 (13%) | 3 (6.8%) | 10 (18%) | |
2 | 55 (55%) | 28 (64%) | 27 (48%) | |
3 | 29 (29%) | 10 (23%) | 19 (34%) | |
CM=4, n (%) | 0.801 | |||
1 | 35 (35%) | 16 (36%) | 19 (34%) | |
2 | 48 (48%) | 20 (45%) | 28 (50%) | |
3 | 6 (6.0%) | 2 (4.5%) | 4 (7.1%) | |
4 | 11 (11%) | 6 (14%) | 5 (8.9%) | |
pT, n (%) | 0.006 | |||
T0 | 3 (3.0%) | 3 (6.8%) | 0 (0%) | |
T1 | 14 (14%) | 8 (18%) | 6 (11%) | |
T2 | 43 (43%) | 22 (50%) | 21 (38%) | |
T3 | 12 (12%) | 6 (14%) | 6 (11%) | |
T4 | 28 (28%) | 5 (11%) | 23 (41%) | |
pN, n (%) | <0.001 | |||
N0 | 28 (28%) | 27 (61%) | 1 (1.8%) | |
N1 | 22 (22%) | 9 (20%) | 13 (23%) | |
N2 | 21 (21%) | 4 (9.1%) | 17 (30%) | |
N3 | 29 (29%) | 4 (9.1%) | 25 (45%) | |
pM, n (%) | 0.230 | |||
M0 | 78 (78%) | 37 (84%) | 41 (73%) | |
M1 | 22 (22%) | 7 (16%) | 15 (27%) | |
Tamanho do tumor (mm), Média (Desvio Padrão) | 43 (26) | 33 (18) | 50 (29) | 0.003 |
Número de linfonodos, Média (Desvio Padrão) | 6 (8) | 2 (3) | 10 (9) | <0.001 |
KI67, Média (Desvio Padrão) | 19 (20) | 17 (20) | 20 (21) | 0.233 |
A distribuição do grau do tumor foi significativamente diferente entre os grupos
(p=0.039), assim como os estadiamentos pT (p=0.006) e pN (p<0.001). O tamanho do tumor e o número de linfonodos parecem ser maiores no grupo IVL positivo (p=0.003 e p<0.001, respectivamente). Nesta amostra não foi possível detectar diferença no CM=4 nem no KI67.
Análise univariada
As comparações entre grupos nesta análise não combinam a variabilidade entre variáveis, estando portanto sujeita à viés e confundimento devido a relações entre as variáveis. Recomenda-se considerar o uso de análises multivariadas para controlar efeitos de correlação entrecovariáveis.
Guideline recomendado de relato completo
A adoção dos guidelines de relato da rede EQUATOR (http://www.equator-network.org/) têm sido ampliada em revistas científicas. Recomenda-se que todos os estudos observacionais sigam o guideline STROBE (von Elm et al, 2014).
Em particular quando um estudo retrospectivo é conduzido usando registros hospitalares de rotina, incluindo informações de prontuários, é recomendado que a extensão RECORD do guideline STROBE seja considerado (Benchimol et al, 2015).
A DVL IT foi maior no grupo IVL positivo quando comparada ao grupo livre de IVL. A DVL PT e a mortalidade foram semelhantes nos grupos.
Os estadiamentos patológicos pT e pN estão associados à IVL, mas não foi possível detectar diferença na ocorrência de metástase pM.
O número de linfonodos e o tamanho do tumor foram maiores no grupo IVL em relação ao grupo livre de IVL.
- SAP-2023-007-TG-v01 -- Plano Analítico para Associação entre invasão vascular linfática na densidade vascular linfática e mortalidade em pacientes com câncer de mama: estudo transversal
- von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP; STROBE Initiative. The Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) Statement: guidelines for reporting observational studies. Int J Surg. 2014 Dec;12(12):1495-9 (https://doi.org/10.1016/j.ijsu.2014.07.013).
- Benchimol EI, Smeeth L, Guttmann A, Harron K, Moher D, Petersen I, Sørensen HT, von Elm E, Langan SM; RECORD Working Committee. The REporting of studies Conducted using Observational Routinely-collected health Data (RECORD) statement. PLoS Med. 2015 Oct 6;12(10):e1001885 (https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1001885).
N/A
Todos os documentos gerados nessa consultoria foram incluídos no portfólio do consultor.
O portfólio pode ser visto em:
https://philsf-biostat.github.io/SAR-2023-007-TG/
A tabela A1 mostra a estrutura da tabela de dados analíticos.
id | exposure | obito | dvl_it | dvl_pt | grau | cm | p_t | p_n | p_m | tu | num_linf | ki67 |
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Table: Tabela A1 Estrutura da tabela de dados analíticos
Os dados utilizados neste relatório não podem ser publicados online por questões de sigilo.